quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Lição de casa

Por falar em educação caseira (ver penúltimo post), e quando os maus exemplos de casa começam ainda na porta da escola? Atenção você, motorista impaciente! Se não precisa buscar seu filho, evite a rota que inclui a rua de uma escola no horário de saída da turma de um período. Meio-dia, uma hora, por exemplo, é mais ou menos o horário em que as criancinhas que estudam de manhã deixam a escola e papais vão buscar seus filhinhos.

- A lição de hoje, meu filho, é “Como parar o carro para pegar seu filho na escola”:

Primeiramente, devemos tentar parar rente ao meio-fio da calçada da escola, até vinte metros de distância antes ou depois da porta principal. Nada de parar do outro lado da rua porque senão, teremos que atravessar. É necessário ignorar qualquer placa que tenha um traço ou um xis vermelho sobre a letra E.

Não conseguindo parar rente à calçada, levando em conta todas as possibilidades dadas anteriormente, a regra é parar bem ao lado dos carros que conseguiram parar rente à calçada. É o que chamam de "parar em fila dupla". É uma prática muito útil. É importante ligar o pisca-alerta. E não se esqueça de que devemos respeitar o limite: vinte metros antes, vinte metros depois.

Bem, se a fila dupla já estiver com seus quarenta metros totalmente ocupados, paramos em fila tripla. E assim sucessivamente.

Depois de parar, procuramos nosso filho. No meu caso, você. Geralmente, ele demora muito para sair. Daquela multidão de meninos e meninas, nosso filho é sempre o último. Quando ele aparece, nós o abraçamos e perguntamos como foi na escola. Temos todo o tempo do mundo. Depois, vamos conversar com a professora e com a diretora e com os outros pais. Só então, podemos ir embora.

Veja, meu filho, que legal! Veja os motoristas parados no trânsito, nos xingando e nos apontando seus dedos médios! Observe seus rostos raivosos! Escute essa sinfonia de buzinas!

Entendeu tudo, meu filho? Amanhã repetimos a lição.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

NEO vai às compras

A pedido do Oráculo, NEO vai às compras.
Ele escolhe os produtos que deseja, efetua o pagamento sem pegar fila e o melhor de tudo, não precisa levar o carrinho de compras de volta pro lugar de onde ele saiu.
No mundo virtual, tudo é muito simples, prático e sem stress!

Pois é! Mas aqui, no mundo real, as coisas são diferentes, principalmente em se tratando de carrinhos de compras dos supermercados. Já repararam que muitas pessoas os deixam em qualquer lugar nos estacionamentos destes estabelecimentos?
Será que é por comodismo, demência ou é simplesmente falta de educação?
Próximos aos pilares, largados nas vagas de veículos ou até mesmo atrás de automóveis, definitivamente não são lugares para esses pobres carrinhos orfãos.

Se os mundos REAL e VIRTUAL tivessem regras de conduta mais parecidas, será que os cidadãos virtuais passariam pelo mesmo tipo de stress que a gente? Vamos analisar:
Imagine que todos os sites de e-commerce tivessem à disposição números limitados de carrinhos de compras e que os termos de uso desses websites ditassem que todo internauta deveria levá-los de
volta à seção de carrinhos disponíveis, ao final das compras.

Caso isso não fosse feito, o carrinho ficaria abandonado na última seção em que o antigo internauta o deixou.
Considere também que a grande maioria não respeitasse as condições de uso (Assim como no mundo real).
Agora, imagine o NEO entrando nesse website para comprar um CD do Marilyn Manson e não existissem carrinhos de compras disponíveis no momento (ou estariam em uso, ou largados irresponsavelmente em alguma seção).
Ele, então, teria duas opções: voltar mais tarde ou sair procurando por algum carrinho órfão dentro do website. Provavelmente, depois de 10 minutos, ele encontraria um na seção de perfumaria.
Resultado: NEO stressado!

À medida que o tempo passa, a linha que divide os dois mundos (REAL e VIRTUAL) é cada vez mais tênue. Como as pessoas que neles vivem são as mesmas, algumas leis/regras de uso também poderiam ser. Talvez assim, a internet perdesse um pouco a graça, eu concordo, mas dessa forma, conseguiríamos reeducar as futuras gerações para um melhor convívio aqui no mundo real.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Quanto mais eu conheço as pessoas ...

Acho que todo mundo já ouviu a frase 'Quanto mais eu conheço as pessoas, mais eu gosto do meu cachorro', não é mesmo?
Bom, normalmente quem a pronuncia quer mostrar seu profundo descontentamento diante de uma sociedade mal-educada (muito em voga nos dias de hoje).
Já me convenci de que educação não tem relação alguma com tamanho de conta bancária ou cor de pele.
Educação vem 'de berço'. Bons exemplos, a começar por aqueles vindos de casa, na sua grande maioria, formam cidadãos bem-educados.
Podem me chamar de otimista, mas ainda tenho a esperança de que um dia as pessoas consigam ter a metade da educação do meu cachorro.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Olhaí! O carnaval Globeleza foi uma beleza!

Infelizmente (ou felizmente?), o sono que tenho tido nos últimos dias não me permitiu acompanhar os desfiles das escolas de samba – paulistanas e cariocas – como gostaria. Mas a pequena amostra que tive da narração dos desfiles do Anhembi, feita pela competentíssima dupla Chico Pinheiro e Renata Ceribelli, foi tão irritante, que acabei fazendo as pazes com a minha atual imensa necessidade de dormir.

Olhaí que lindo! É a Tucuruvi colorindo a avenida! Olha a alegria da arquibancada! Que bonito! Que beleza! Eram algumas das célebres frases proferidas pelos jornalistas. Quando um dos comentaristas afirmou que o pessoal da comissão de frente tinha vindo de Guarulhos, Pinheiro proferiu esta: “Aê, Guarulhos! A maior cidade de São Paulo!” E o Maurício Kubrusly, com toda aquela propriedade para comentar sambas e carnavais!? Só fazia elogiar, intercalando com o Chico, “as belezas” do carnaval. E a Leci Brandão, como boa global que deve ser, ficou em cima do muro ao comentar a péssima letra do samba sobre o sorvete: “Tem que ter muita criatividade para falar sobre o sorvete. Eles conseguiram”. Eles conseguiram! Quebraram os recordes de inabilidade em dizer coisas proveitosas, instruir os espectadores sobre o carnaval, sobre as histórias que as escolas apresentavam. Pareciam todos ébrios.

Com sono, sem sono, teria ido dormir. Imaginar o salário destes profissionais me deixou ainda mais irritada. Acho que vou mandar meu currículo pra Globo com uma gravação da minha voz dizendo todas aquelas frases. Vou dizer que posso, a partir de 2009, passar a noite no sambódromo narrando de graça (é claro que antes vou ter que dormir uns dois dias inteiros). Mas vou exigir que eles me sirvam as mesmas bebidas que eles servem aos ilustres jornalistas. Ah, vou.